Paradoxos do tempo
A ansiedade é como uma viagem no tempo: Sempre que imaginamos essa possibilidade, logo ficamos presos em algum paradoxo, daqueles que fazem tudo perder o sentido e nos coloca andando em círculos, onde a lógica falha e as ações se anulam. Onde as tentativas de consertar uma causa reforçam os efeitos que queremos impedir.
O ansioso é este viajante preso em uma linha temporal circular, que vive fora do presente tentando resolver uma equação que não faz sentido, que não se soluciona.
O ansioso alterna entre passado e futuro, não sabe apreciar o hoje. "E se eu tivesse feito isso em vez daquilo?" "E se aquilo que eu mais temia acontecer?"
O seu pensamento vive na terra das expectativas, nos campos da incerteza, desconectados da realidade, do agora. O tempo, em sua sabedoria, prendeu a existência no instante, no momento. Somos escravos do agora por que o ser humano não sabe ser feliz fora deste domínio.
O ansioso não aceita sua impotência e falta de controle sobre o futuro. Tenta, em vão, enganar o tempo e viver fora do agora, mergulhado em paradoxos, em perguntas sem resposta.
O ansioso é talentoso na arte de perder tempo. Se o tempo, para nós, só existe no agora, você só tem tempo para qualquer coisa se você estiver vivendo no agora. Para o ansioso, nunca há tempo, por que ele abre mão de viver no único tempo que possui: o hoje.
A cura para a ansiedade é aceitar que futuro e passado não existem na realidade. Apenas o instante, o agora, o hoje, o momento é real para nós e no tempo presente vivem as possibilidades, no agora reside nosso poder de moldar ou influenciar o futuro, ou de nos redimir do passado.
Nossos piores sentimentos vivem fora do tempo presente. Arrependimentos, ódio, mágoa, rancor, são monstros do passado. Medo, pânico, expectativa são monstros do futuro. Nosso poder para enfrentar estas bestas está unicamente no hoje, no agora, no já!