Cartas na mesa

O sopro que derruba o castelo de cartas
Pode ser sutil, como o afago de uma brisa.
Às vezes, a estrutura que nos sustenta
É um conjunto frágil de cartas de um baralho marcado.
Um único ponto de tensão, um único ás de copas em desequilíbrio angular na base do castelo
Pode ser este o estopim da derrocada.
Nem sopro, nem toque: a própria base que desmorona sob o peso da tinta impressa no papel.
Um a um — dois de paus, sete de ouro, o rei e a dama — tombam ante a base frágil,
Até que todas as cartas se esparramam sobre a mesa.
O que foi um castelo, agora parece caos.
Mas a vida dá as cartas, prepara suas apostas mais ousadas assim mesmo: derrubando nossos constructos,
Humilhando nossa vã sabedoria,
Esvaziando nossas ilusões de estrutura
E mostrando a forma patética da nossa sabedoria como um castelo destruído.


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