Estrago

Quanto estrago a arrogância pode fazer?

Basta um ato.
Basta um ego.
Basta uma omissão.
Basta uma decisão.
Basta uma contradição.
Basta um aplauso.

A arrogância não precisa sujar as mãos com sangue, basta ser o gatilho.
Não precisa levar a cabo a destruição, basta entregar a arma ao destino.
Não precisa envenenar o paciente, basta recusar a cura.

Não precisa causar o mal com suas mãos, mas carrega a culpa de todas as consequências diretas e indiretas de seus atos, pois sua influência oportuniza, cria espaço e nutre o erro, como uma onda que se propaga.

Depois que a lâmina perfura a carne e tange a artéria, ainda que minimamente, o gotejar pode ocultar-se, mas a porta já se abriu e a infecção se instala. Assim age o mal de um arrogante: instala um ciclo interminável de consequências. Perdemos de vista a origem, suas digitais se apagam e as relações de causa e efeito se dissipam.

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